OS TRANSPORTES

OS TRANSPORTES

Da mesma forma que nos demais estados, em Rondônia existe um diversificado sistema de transportes. Nele estão presentes os sistemas rodoviário, fluvial e aéreo.

O sistema rodoviário, como ocorre em todo o Brasil, é o mais amplamente utilizado. É formado pelas várias estradas federais (as BR) e estaduais (RO). Por exemplo, no centro de Rolim de Moura cruzam-se duas rodovias estaduais, que na área urbana recebem as denominações de Avenida Norte Sul e Avenida 25 de agosto. Esta categoria de rodovia está quase toda pavimentada.

Além disso, em cada município existem várias estradas vicinais. Essas, em sua maioria são mantidas pelas prefeituras. As estradas vicinais formam a principal rede de comunicação e acesso ao interior do município, bem como os canais de escoamento da produção da área rural para os núcleos urbanos.

O transporte ferroviário, em Rondônia é representado pela EFMM. Sua história é bastante conhecida, uma vez que sobre ela já se produziram livros, romances e programas de televisão. Antes de ser construída, era vista como esperança para uma região, mas seu processo de construção custou milhares de vidas...

O sistema de transporte aéreo conta com vários aeroportos de pequeno e médio porte, nas cidades interioranas do estado (como Rolim de Moura, Cacoal e Ji Paraná). O maior aeroporto, entretanto está localizado na capital do estado.

O sistema de transporte fluvial é o mais antigo, pois vem sendo utilizado desde os tempos coloniais. Naquela época, como nos dias atuais, utilizavam-se canoas e outras embarcações para circular pelo interior da região que hoje é o estado de Rondônia. Isso se deve ao fato da ampla rede de rios que permitem navegação, como é o caso dos rios Machado, Madeira, Guaporé. Estes, principalmente, permitem navegação comercial.

Atualmente o transporte fluvial de cargas vem recebendo um incremento especial, a partir da criação do porto graneleiro de Porto Velho. Sua finalidade é o transporte dos diferentes produtos de Rondônia e dos estados vizinhos, principalmente a soja e o milho de Mato Grosso. Pelo porto de Porto Velho essa produção é levada para outros países.

Os meios e canais de transporte agilizam a integração estadual e ao mesmo tempo, colocam Rondônia em contato com o mundo.

Neri P Carneiro

Eles chegaram primeiro

Eles chegaram primeiro

Vez por outra nos vemos envolvidos na pergunta: quem foi ou quais foram os pioneiros de Rondônia e de nossas cidades rondonianas?

As respostas são as mais diferentes. Depende apenas de para onde voltamos nossos olhos.

Para alguns Rondon e sua equipe foi pioneiro, com a instalação das linhas telegráficas, pois definiu o traçado para a posterior abertura da BR 364. Outros afirmam que no final do século XIX e começo do século XX ocorreu uma ação pioneira, desenvolvida por milhares de trabalhadores que construíram a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Alguns defendem a primazia das duas ondas de trabalhadores para os seringais – os dois ciclos da borracha: um grupo ocupando o atual Acre, conquistando-o para o Brasil e depois os soldados da borracha, esquecidos pelo sistema. A seu modo, também são pioneiros.

Séculos antes alguns bandeirantes haviam cruzado as brenhas amazônicas, passando por Rondônia. Primeiro de norte a sul (Francisco M. Palheta) e depois de sul a norte (Raposo Tavares): definindo territórios e procurando pedras preciosas.

Ao longo desses séculos, foram inúmeros os grupos que cruzaram estas brenhas. O objetivo era o mesmo: coletar riquezas tanto na forma das drogas do sertão como de pedras preciosas, como ouro, diamante, esmeralda ou prata.

Mas quem foi o primeiro?

É evidente que, se formos analisar cada uma das nossas cidades, teremos mais uma longa lista de colonos que, ao seu modo, “amansaram”, a floresta, derrubando árvores e plantando cereais e capim. Mas isso só depois dos anos 1960, desenvolvendo o processo que instalou o que chamamos de civilização... Mesmo assim, a resposta permanece sendo esperada: quem foi o primeiro?

Uma primeira resposta pode ser esta: em se tratando da história de Rondônia não temos um primeiro ou um pioneiro. Na realidade foram inúmeros aventureiros, desbravadores, e colonos que ajudaram a abrir as portas para o atual estágio de desenvolvimento. Entretanto, isso também não apresenta uma resposta definitiva, pois sempre podemos retroceder por mais alguns anos, para antes do primeiro colono, antes do primeiro bandeirante. E assim, onde chegaríamos?

Ao período précolombiano. Nos milhares de anos, antes da chegada do colono, branco. Nesse longo período quem vamos encontrar nas terras de Rondônia? Aqueles vários povos aos quais a linguagem dominante chamou de índios.

Quais foram esses povos? Também aqui não se tem resposta definitiva. Os pesquisadores não são unânimes – nem poderia, pois a unanimidade mataria a ciência – mas sabemos dos cintas-largas, gaviões, suruis, parintintins, entre inúmeros outros. Mas também se fala que por aqui andaram os Incas.

O fato é que não sabemos quais foram os primeiros. Apenas sabemos, com certeza, que não foram os colonos ou aventureiros brancos.

Antes dos primeiros brancos, aqueles a quem chamamos, indistintamente, de índios já estavam aqui. Eles chegaram primeiro.

Neri P Carneiro